Foi conseguido pelo Tesouro Nacional o montante de US$ 2,75 bilhões de investidores estrangeiros através de um aumento de juros comparado com emissões anteriores. Na data de hoje, quarta-feira (4), foram emitidos US$ 1,5 bilhão em títulos de dívida externa com vencimento em 2030 e US$ 1,25 bilhão em papéis com vencimento em 2035.
Conforme informações do Tesouro, a procura alcançou US$ 10,9 bilhões no pico, excedendo a oferta em cerca de quatro vezes. O órgão relatou que a relação entre procura e oferta atingiu o máximo em sete anos. Dos compradores, 87% são da Europa e América do Norte. Os investidores latino-americanos, incluindo o Brasil, representaram 11,6% das aquisições.
Índices
A taxa acordada para os papéis de cinco anos foi de 5,68% anualmente. Na última emissão desse tipo, em dezembro de 2020, a rentabilidade havia sido de 2,2% ao ano. Porém, naquela ocasião, as taxas dos títulos do Tesouro dos EUA estavam quase nulas devido à pandemia de covid-19.
Para os títulos de cinco anos, as taxas atingiram o patamar mais alto registrado para esse tipo de título. Apesar dos juros mais elevados, os índices foram inferiores às expectativas, de 6,125% ao ano.
Em relação aos títulos de dez anos, a taxa foi de 6,73% ao ano. Na última emissão, em fevereiro deste ano, os juros alcançaram 6,75% ao ano.
As taxas previstas estavam em 7,125% ao ano. No entanto, permanecem superiores às emissões de janeiro do ano anterior, que registraram 6,35% ao ano.
Os juros básicos nos EUA começaram a subir em 2022 e, desde julho do ano passado, permanecem estáveis numa faixa entre 5,25% e 5,5% ao ano. Como a taxa final dos títulos brasileiros no exterior está atrelada ao rendimento dos títulos norte-americanos, considerados os ativos mais seguros globalmente, somado a um prêmio de risco, os juros dos papéis brasileiros também aumentaram.
Índices baixos de juros indicam pouca desconfiança dos investidores em relação à capacidade do Brasil de honrar a dívida. Em períodos de crise econômica e de elevação das taxas internacionais como a atual, os estrangeiros passaram a exigir juros mais altos para adquirir os títulos brasileiros.
Através da emissão de títulos de dívida no exterior, o governo obtém empréstimos dos investidores estrangeiros com o compromisso de devolver os recursos com juros. Isso implica que o Brasil reembolsará o montante em alguns anos acrescido dos juros combinados, de 5,68% ao ano para os papéis com vencimento em cinco anos e 6,73% ao ano para os títulos com vencimento em dez anos.
Amplitude
A diferença entre os títulos brasileiros de cinco anos e os títulos do Tesouro dos EUA com o mesmo prazo diminuiu. A taxa do título brasileiro ficou em 175,5 pontos-base (1,755 ponto percentual) acima dos juros dos títulos americanos. Na emissão anterior, em dezembro de 2020, a disparidade havia sido de 177,9 pontos (1,779 ponto percentual).
Quanto aos títulos de dez anos, a amplitude aumentou, alcançando 237,5 pontos (2,375 pontos percentuais). Isso representa um acréscimo em relação à última emissão, em fevereiro deste ano, quando a diferença foi de 220 pontos.
Os recursos obtidos no exterior serão incorporados às reservas internacionais do país em 11 de junho. De acordo com o Tesouro Nacional, as emissões de títulos no exterior não têm como finalidade principal fortalecer as reservas do país, mas servir de referência para empresas brasileiras que pretendem captar recursos no mercado financeiro internacional e proporcionar maior liquidez para a dívida externa brasileira.
Fonte: Agência Brasil
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