Estimuladas pelo vencimento recorde de títulos ajustados pela Taxa Selic (taxa básica da economia), as comercializações de títulos estatais a indivíduos pela internet alcançaram marca histórica em março, de acordo com divulgação realizada nesta quarta-feira (30) pelo Tesouro Nacional. No período mencionado, o Tesouro Direto efetuou a alienação de R$ 11,69 bilhões em papéis.
Este valor representa o ponto mais alto para todos os meses desde a implementação do programa, em 2002. O recorde anterior havia sido registrado em agosto do ano passado, quando as transações totalizaram R$ 8,01 bilhões.
Comparativamente a fevereiro, as vendas tiveram um incremento de 102,86%. Quando equiparadas a março do ano anterior, o volume expandiu 231,11%.
O principal elemento que colaborou para o elevado volume de vendas foi o vencimento de títulos correlacionados à Taxa Selic (taxa básica da economia), os quais foram substituídos por novos papéis. No mês de março, os resgates de títulos vinculados à Selic, somados aos vencimentos e recompras, atingiram o montante de R$ 11,529 bilhões. A comercialização desses títulos atingiu R$ 7,391 bilhões.
Os títulos mais demandados pelos investidores em março foram os atrelados aos juros básicos, com uma fatia de 63,2% nas vendas. Os papéis ajustados pela inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) representaram 19,1% do total, enquanto os prefixados, com juros estabelecidos no momento de emissão, correspondiam a 11,6%.
O Tesouro Renda+, destinado ao financiamento de aposentadorias e lançado no início de 2023, contribuiu com 4,9% das vendas. Já o novo título Tesouro Educa+, criado em agosto de 2023 para financiamento de poupança destinada ao ensino superior, atraiu apenas 1,2% das vendas.
O interesse por papéis atrelados aos juros básicos é justificado pelo elevado patamar da Taxa Selic. A taxa, a qual estava em 10,5% ao ano até setembro, foi elevada para 14,25% ao ano. Com previsão de novos acréscimos, os papéis continuam atrativos. Os títulos atrelados à inflação também têm atraído os investidores em virtude das expectativas de alta na inflação oficial nos próximos meses.
O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 165,095 bilhões no término de março, o que representa um aumento de 0,66% em comparação com o mês anterior (R$ 164,02 bilhões), e uma alta de 23,88% em relação a março do ano anterior (R$ 133,27 bilhões). Esse aumento se deve à correção monetária, uma vez que os resgates superaram as vendas em R$ 742,3 milhões no último mês.
Investidores
Em relação ao número de investidores, 78,9 mil participantes deixaram o programa no mês passado, devido a investidores que obtiveram lucros com os títulos vinculados à Taxa Selic que venceram e não retornaram ao Tesouro Direto.
O número total de investidores atingiu 31.972.319. Nos últimos 12 meses, o número de investidores registra um acréscimo de 14,17%. O total de investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 2.947.516, um aumento de 15,4% em 12 meses.
A preferência dos pequenos investidores pelo Tesouro Direto pode ser observada pelo considerável número de vendas de até R$ 5 mil, correspondendo a 72,2% do total de 904.506 operações de venda efetuadas em março. Apenas as aplicações de até R$ 1 mil representaram 48,9%. O valor médio por operação atingiu R$ 12.924,37, estabelecendo um novo recorde.
Os investidores estão optando por papéis de curto prazo. As vendas de títulos com prazo de até cinco anos representam 46,7% do total. Já as transações com prazo entre cinco e dez anos equivalem a 38,7% do total. Os títulos com prazo superior a dez anos representaram 14,6% das vendas.
Para acessar o balanço completo do Tesouro Direto, visite a página do Tesouro Transparente.
Captação de recursos
O Tesouro Direto foi lançado em janeiro de 2002 com o propósito de popularizar esse tipo de investimento e permitir que indivíduos adquirissem títulos estatais diretamente do Tesouro Nacional, via internet, sem a necessidade de intermediação de instituições financeiras. O investidor apenas precisa arcar com uma taxa para a B3, a bolsa de valores brasileira, descontada nas movimentações dos títulos. Para mais informações, acesse o site do Tesouro Direto.
A venda de títulos é uma das formas utilizadas pelo governo para captar recursos a fim de quitar dívidas e cumprir compromissos. Em contrapartida, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor acrescido de um adicional, que pode variar de acordo com a Taxa Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa estabelecida previamente no caso dos títulos pré-fixados.
Fonte: Agência Brasil
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