A redução no valor de diversas mercadorias (bens primários com cotação internacional) e o desenvolvimento econômico resultaram no superávit mais limitado para meses de maio em três anos. No último mês, o país conseguiu exportar US$ 7,238 bilhões além do que importou, mostrando um declínio de 12,8% em comparação ao que foi registrado no idêntico mês de 2024.
Os dados foram tornados públicos nesta quinta-feira (5) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O superávit em maio é o mínimo desde 2022, quando o excedente positivo ficou em US$ 4,958 bilhões.
A balança comercial acumula superávit de US$ 24,432 bilhões nos primeiros cinco meses de 2025. Este montante representa um decréscimo de 30,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A diminuição no valor total acumulado ocorreu devido ao fato da balança comercial ter apresentado um déficit de US$ 471,6 milhões em fevereiro, ocasionado pela importação de uma plataforma de petróleo.
As exportações permaneceram estáveis, entretanto as importações cresceram. Em maio, o país exportou US$ 30,156 bilhões, com um recuo de 0,1% em relação ao registrado no mesmo mês do ano anterior. Esse é o terceiro valor mais alto da história, ficando atrás somente de maio de 2023 e 2024.
As importações totalizaram US$ 22,918 bilhões, representando um aumento de 4,7% na mesma comparação. Esse valor é o segundo maior da série histórica para o mês, perdendo apenas para maio de 2022.
Na esfera das exportações, as vendas externas de soja, principal produto da agropecuária, diminuíram 3,9% em relação a maio do ano passado, devido à diminuição de 8,4% nos preços médios. O volume vendido aumentou 4,9%. Ademais, o milho e o algodão, dois dos principais produtos de exportação do agronegócio, apresentaram declínio no preço e na quantidade em maio.
As vendas de petróleo caíram 9,7%, também impulsionadas pela redução de 15,2% nos preços, enquanto o volume exportado aumentou 6,5%. As exportações de minério de ferro caíram 4,7%. Apesar do aumento de 7,4% na quantidade, os preços diminuíram 11,3%.
No entanto, a elevação no preço do café e da carne bovina contribuiu para manter o equilíbrio na balança. As vendas de alguns produtos, como carne bovina, celulose, veículos e ferro-gusa, aumentaram no último mês, compensando a redução na exportação dos demais itens.
No que diz respeito às importações, as compras de adubos e fertilizantes, veículos de passageiros, motores, máquinas, compostos químicos e componentes de veículos aumentaram. O maior aumento ocorreu com os fertilizantes, cujo valor adquirido teve um acréscimo de US$ 257,9 milhões (+25,9%) em maio em comparação com o mesmo mês do ano anterior.
No último mês, o volume de mercadorias exportadas aumentou 2,5%. No entanto, os preços recuaram 2,5% em média em relação ao mesmo mês do ano passado. No que diz respeito às importações, a quantidade adquirida aumentou 7,7%, impulsionada pelo crescimento econômico, porém os preços médios diminuíram 3,3%, refletindo o decréscimo no valor das mercadorias (bens primários com cotação internacional).
Segmentos
No setor agropecuário, a diminuição na quantidade vendida impactou mais na queda de 0,6% nas exportações do setor. O volume de mercadorias enviadas para fora do país diminuiu 5,4% em abril em comparação com o mesmo mês de 2024, enquanto o preço médio aumentou 6,4%.
Na indústria de transformação, a quantidade aumentou 5,2% e o preço médio diminuiu 1,9%, refletindo uma certa recuperação econômica na Argentina, o principal comprador de bens industrializados do Brasil.
Na indústria extrativa, que inclui a exportação de minérios e de petróleo, o volume exportado aumentou 7,1%, enquanto os preços médios diminuíram 12,8%, devido à desaceleração econômica na China e às tensões comerciais intensificadas pelo governo de Donald Trump.
Projeção
De acordo com as projeções mais recentes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, divulgadas em abril, estima-se que o superávit ficará em US$ 70,2 bilhões, o que representa uma redução de 5,4% em relação a 2024. A próxima previsão será anunciada em julho.
O ministério afirma que as exportações aumentarão 4,8% em 2025, em comparação com 2024, encerrando o ano em US$ 353,1 bilhões. Já as importações terão um crescimento de 7,6% e devem totalizar US$ 282,9 bilhões até o final do ano. No entanto, as estimativas devem ser reavaliadas na próxima projeção, em julho, devido à não consideração dos impactos das tarifas de Donald Trump e das retaliações comerciais da China.
As previsões são mais pessimistas do que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada semanalmente pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 75 bilhões neste ano.
Fonte: Agência Brasil
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