A Marfrig e a BRF divulgaram hoje a união de seus empreendimentos. O nome escolhido para a empresa resultante será MBRF. A Marfrig, que já possuía papel majoritário na BRF, salienta que essa decisão tem como intuito fortificar a presença global, “amplificar sinergias estratégicas, operacionais e fiscais e reforçar a liderança nos diversos mercados em que atuam, explorando benefícios competitivos e gerando valor”, conforme expresso em comunicado.
Combinadas, as empresas alcançam receita líquida total de R$ 152 bilhões nos últimos 12 meses e detêm 38% do mercado mundial de produtos processados.
O acordo implica a incorporação das ações da BRF pela Marfrig, em uma proporção de 0,8521 ação da Marfrig para cada ação da BRF detida, levando em consideração a distribuição máxima de benefícios pelas empresas, com um total de 2,5 bilhões de reais pela Marfrig e 3,5 bilhões de reais pela BRF.
Como parte do acordo, os acionistas da BRF e da Marfrig serão contemplados com um vultoso pagamento de benefícios. A BRF distribuirá até R$ 3,52 bilhões em benefícios, enquanto a Marfrig distribuirá R$ 2,5 bilhões.
“A fusão entre a Marfrig e a BRF é um passo fundamental para avançar na captura de sinergias estratégicas e no contínuo crescimento dos nossos negócios em nível global. Hoje, com a criação da MBRF, inauguramos um novo capítulo em nossa história e estamos preparando terreno para um futuro promissor”, declarou Marcos Molina, controlador e presidente dos Conselhos de Administração da Marfrig e BRF.
As empresas afirmaram ter extraído o máximo possível de sinergias até o momento, porém, para alcançar etapas subsequentes de sinergias adicionais, a fusão dos negócios é crucial. “As sinergias já identificadas foram consolidadas, totalizando R$ 805 milhões anuais, com aproximadamente R$ 400 e R$ 500 milhões estimados para os primeiros 12 meses e a parcela restante a médio e longo prazo”, conforme indicado na comunicação.
Por meio de ações de cross-selling e sinergias na cadeia de abastecimento, a nova empresa tem expectativa de atingir R$ 485 milhões anualmente no que tange a receitas e custos. Prevê-se uma diminuição de despesas na ordem de R$ 320 milhões por ano, por intermédio de iniciativas como a unificação de estrutura comercial e logística, consolidação de um sistema operacional único e otimização da estrutura corporativa.
Em conformidade com as normas tributárias atuais, a empresa também poderá se beneficiar de otimização fiscal, como, por exemplo, a antecipação da monetização de créditos fiscais nas esferas federal e estadual. Estima-se que esse aspecto resulte em R$ 3 bilhões a valor presente.
A operação também oferece uma chance nos Estados Unidos, com a consideração da possibilidade de ‘redomiciliação’. De acordo com as empresas, isso traz “benefícios expressivos”, incluindo alta liquidez no mercado norte-americano, acesso a custos de capital mais vantajosos e uma possível reavaliação dos múltiplos das empresas.
“Nossos valores compartilhados serão o alicerce para prosseguirmos em nossa jornada de expansão. Mantendo a disciplina financeira e o enfoque em valor agregado, estou convicto de que estamos inaugurando um novo capítulo de sucesso com a MBRF. Continuaremos a gerar ainda mais valor para nossos acionistas, parceiros, clientes, consumidores, colaboradores e para a sociedade”, conclui Marcos Molina.
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Fonte: Bora investir
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