O cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, sugeriu trocar a Ethereum Virtual Machine (EVM) por RISC-V, visando aprimorar o desempenho da blockchain e simplificá-la ao mesmo tempo.
Em uma publicação em seu blog datada de 3 de maio, Buterin declarou que, por meio das alterações propostas, o Ethereum poderia se tornar “quase tão descomplicado quanto o Bitcoin” em até cinco anos.
A notícia não conseguiu animar o mercado. Hoje, segunda-feira (5), prevalece um sentimento de baixa. O Ethereum (ETH) apresenta uma queda de 1,2% e seu valor está em US$ 1.804. O Bitcoin registra uma desvalorização de US$ 94.140 e o Índice de Preço do Bitcoin (IPB) está em R$ 535.235.
A tendência de baixa se estende para quase todo o top 10: XRP (-1,4%), Solana (-0,8%), Dogecoin (-1,7%), Cardano (-2,7%). BNB permanece estável em 0,0% e TRON (TRX) sobe 0,3%.
“Uma das vantagens do Bitcoin é a simplicidade de seu protocolo”, afirmou Buterin, descrevendo o funcionamento das transações e provas do Bitcoin.
O manter o protocolo simples traz benefícios essenciais para torná-lo “uma camada base globalmente neutra e confiável”, destacou Buterin.
A transição proposta para o RISC-V usaria um conjunto de instruções de código-fonte aberto que determina a comunicação entre o software e os processadores.
No contexto do Ethereum, a mudança tornaria o sistema mais ágil ao eliminar etapas de tradução desnecessárias. Os aplicativos poderiam operar diretamente na camada de execução, o que potencialmente faria algumas operações até 100 vezes mais rápidas, mantendo em funcionamento os contratos inteligentes já existentes.
Por outro lado, a Máquina Virtual do Ethereum (EVM) foi desenvolvida especificamente para o Ethereum e requer tradução para outros formatos, tornando os processos mais lentos.
O RISC-V, por sua vez, tem a capacidade de lidar diretamente com as operações e é “mais compreensível”, o que poderia “expandir o número de pessoas que compreendem e podem contribuir com a pesquisa do protocolo”, conforme afirmou Buterin.
Caso adotado pelo Ethereum, o RISC-V também poderia reduzir “o custo de implementação de novas infraestruturas”, diminuir os “gastos de manutenção do protocolo a longo prazo”, o “risco de falhas graves” e minimizar a “área de vulnerabilidade social” ao reduzir os elementos envolvidos, explicou Buterin.
Desafios do crescimento
Mesmo almejando esses objetivos, Buterin reconhece suas falhas ao tentar aprimorar o Ethereum.
A rede nem sempre progrediu conforme o esperado, “por vezes, devido a decisões minhas”, ele escreveu, afirmando que tal situação resultou em ações realizadas “em busca de vantagens que se mostraram ilusórias”.
A última proposta de Buterin poderia “romper a compatibilidade com versões anteriores, demandar uma extensa requalificação de desenvolvedores e depender de ferramentas ainda em fase inicial”, conforme mencionou Dominick John, analista da Kronos Research, ao site Decrypt.
A governança do Ethereum também “necessita de um amplo consenso entre partes interessadas fragmentadas, um desafio significativo de coordenação”, afirmou John.
No entanto, alguns enxergam potencial no Ethereum além de seu valor de mercado.
“O valor de mercado não reflete necessariamente a maturidade tecnológica”, disse Thad Pinakiewicz, pesquisador da Galaxy, em um boletim informativo na sexta-feira à tarde. “O Ethereum não está fracassando devido à estagnação do seu valor. Ele está prosperando ao construir uma infraestrutura que está sendo replicada por outros.”
* Conteúdo traduzido e adaptado com permissão do Decrypt.
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