A bolsa de valores agitou-se na sexta-feira (23), quando o Ministério da Economia comunicou sua decisão de aumentar o Imposto sobre Transações Financeiras (ITF) em diversas situações. Logo que a informação começou a circular e a agitação aumentar, o governo federal recuou e revogou parte das alterações — temendo uma nova crise semelhante à debacle do Pix.
As modificações elevariam o custo para o cidadão brasileiro enviar dinheiro para contas no exterior, subindo de um ITF de 1,1% para 3,5%. Além disso, encareceria os investimentos em ativos e produtos estrangeiros por parte de fundos brasileiros, passando de uma alíquota zero para 3,5%.
No mercado de moedas digitais, a medida foi vista, em parte, como uma oportunidade para impulsionar a utilização das stablecoins, que estariam isentas da regulamentação do ITF. A supervisão desse setor está sob responsabilidade do Banco Central, que já deflagrou uma consulta pública para ouvir a opinião do mercado e de outros agentes envolvidos na questão.
Rony Szuster, líder da área de Pesquisa do MB, destaca que a corretora já percebe um aumento na procura por esses ativos, impulsionado pela força do dólar e pelo interesse em resguardar o poder de compra em momentos de instabilidade ou de restrições cambiais.
“Uma medida como o acréscimo do ITF poderia fortalecer essa tendência, ao tornar as stablecoins uma opção ainda mais atrativa para quem busca exposição ao dólar de maneira digital, conveniente e com menos obstáculos”, afirma Szuster.
A mesma linha de raciocínio é defendida por André Franco, diretor-executivo da Boost Research, contudo ele pondera que, ao investir por intermédio de fundos, o investidor arcaria indiretamente com a taxa de câmbio — um custo embutido na estrutura do fundo. “Se adquirir stablecoins diretamente de corretoras, não haveria tal taxa. Então isso seria uma vantagem para cripto”, afirma.
Desvantagens também prejudicariam o setor de criptomoedas
O aumento do investimento acarretaria desvantagens que, eventualmente, afetariam também as moedas virtuais. É o que explica Alexandre Varsarhelyi, diretor-executivo da B2V Crypto, ao declarar que as mudanças anunciadas — e posteriormente anuladas — tornariam os fundos de criptoativos menos eficazes.
“Contudo, teriam impacto ainda mais importante em outros segmentos da indústria, então é complexo predizer qual seria a reação do investidor diante das suas alternativas de investimento”, explica.
O executivo nota que todos os produtos da indústria de criptomoedas sofreriam consequências, visto que todos eles lidam com ativos no exterior. “Por conseguinte, com a taxação na transferência de recursos, todos eles seriam prejudicados”, analisa.
Fonte: Portal do Bitcoin
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