Atualizações
Conforme o ministro Camilo, as principais mudanças da política incluem:
- as aulas online ao vivo devem contar com um máximo de 70 alunos por docente ou mediador pedagógico, visando a valorização desses profissionais;
- criação do formato semipresencial, com atividades presenciais físicas e atividades virtuais ao vivo (síncronas) mediadas.
- mais atividades presenciais e avaliações, com infraestrutura física e tecnológica adequada nos centros de ensino à distância EAD.
Os centros de ensino à distância serão oficialmente reconhecidos como locais acadêmicos de suporte, devendo cumprir com requisitos mínimos de infraestrutura física e tecnológica, como escritórios de suporte, espaços de estudo, laboratórios e acesso à internet. Não será tolerado o compartilhamento de centros entre organizações de ensino superior.
A iniciativa estabelece, ademais, o cargo de orientador pedagógico, com treinamento apropriado para o curso e ligação formal com a organização educacional. O número destes profissionais deverá ser declarado no Censo da Educação Superior, anualmente. A função de um orientador pedagógico será distinta da do tutor, que era limitada a tarefas administrativas.
Outra disposição do decreto é a exigência de pelo menos uma avaliação presencial em cada matéria curricular, a qual deverá representar a maior parte da avaliação final, inclusive em cursos EAD.
Modalidades de aulas
O decreto possibilita a modalidade semipresencial para cursos superiores, como os cursos de licenciatura e da área da saúde, os quais poderão ser disponibilizados nesse formato, mas terão limites para a carga horária digital.
Resumidamente, os três formatos abordados pela nova regulamentação são:
- presenciais: caracterizado pela predominância de carga horária presencial física, com restrição de até 30% de ensino a distância;
- semipresenciais: atividades presenciais físicas (estágio, extensão, práticas laboratoriais) e virtuais ao vivo (síncronas) mediadas, além de carga horária remotamente disponível;
- a distância: caracterizado pela oferta predominante de carga horária a distância. Anteriormente, não havia um limite mínimo para atividades presenciais. Com o novo decreto, esse limite mínimo passa a ser de 20% atividades presenciais e/ou online (síncronas) mediadas, com a obrigatoriedade de provas presenciais.
O monitoramento da presença dos estudantes é mandatório.
Recordando
Em junho de 2024, o MEC interrompeu a abertura de novos cursos de graduação a distância, novas vagas e polos até 10 de março de 2025.
A medida foi implementada com a intenção de reestruturar os critérios de qualidade da EAD e estabelecer uma nova marco regulatório para a oferta de cursos de graduação na modalidade EaD pelos centros de ensino superior.
EAD em dados
O MEC indica que, no intervalo de 2018 a 2023, houve um aumento de 232% nos cursos a distância no país.
No ano de 2023, o número de novos alunos em cursos EAD foi o dobro do número de ingressantes em cursos presenciais. De acordo com o Censo da Educação Superior 2023, divulgado em outubro de 2024 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, na modalidade de EAD, a oferta de vagas representou 77,2% (19.181.871); enquanto as presenciais corresponderam a 22,8% (5.505.259).
Se considerarmos somente a rede pública de ensino superior, a maioria dos calouros ingressaram em cursos presenciais: 85% (481.578). Os restantes 15% (87.511) são estudantes de cursos a distância.
Nas instituições privadas, a situação se inverte: 73% (3.226.891) dos novos estudantes matricularam-se em cursos superiores a distância, enquanto 27% (1.198.012) escolheram cursos presenciais.
Dos 5.570 municípios brasileiros, 3.392 possuem alunos matriculados em cursos de educação à distância. Essas cidades abrangem 93% da população do Brasil.
Fonte: Agência Brasil