CVM prepara nova regra para facilitar IPOs de empresas médias até 2025

Redação Valor Central
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Proposta permite abertura de capital para companhias com faturamento de até R$ 500 milhões e captação de R$ 300 milhões

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) trabalha para aprovar ainda em 2025 uma nova regulamentação que facilitará a realização de IPOs por empresas de médio porte. A medida permitirá que companhias com faturamento anual de até R$ 500 milhões captem até R$ 300 milhões no mercado de capitais.

A proposta representa uma flexibilização significativa das regras atuais. Hoje, apenas grandes corporações conseguem arcar com os custos elevados de abertura de capital, limitando a entrada de novos participantes na bolsa brasileira.

O Brasil enfrenta escassez de IPOs desde 2021. O último ciclo relevante de ofertas públicas iniciais ocorreu entre 2020 e 2021, período que não se repetiu devido aos juros altos e incertezas econômicas.

Mercado brasileiro tem potencial de crescimento

Dados da B3 mostram que existem apenas 480 companhias listadas na bolsa brasileira. Nos Estados Unidos, esse número ultrapassa 5 mil empresas, evidenciando o potencial de expansão do mercado nacional.

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O Brasil tem um universo enorme de empresas com faturamento entre R$ 50 milhões e R$ 500 milhões, que são organizadas, têm modelo de negócios validado e poderiam acessar o mercado de capitais. O problema sempre foi o custo e a complexidade”, afirma Reinaldo Boesso, CEO da fintech TMB.

A nova regulamentação prevê simplificação da documentação exigida, regras menos rigorosas para demonstrações financeiras e canal direto de relacionamento com investidores. O modelo se assemelha às rodadas de investimento anjo e venture capital utilizadas por startups.

Desafios de supervisão e governança

A flexibilização levanta questões sobre fiscalização e transparência. Casos recentes de falhas de governança em grandes empresas listadas, como as Lojas Americanas, aumentam a preocupação com companhias menores.

Especialistas apontam que a CVM precisará desenvolver mecanismos de supervisão proporcionais à nova realidade. O desafio será manter a credibilidade do mercado sem inviabilizar o acesso de empresas médias ao capital.

📊 Principais mudanças propostas:

  • IPOs para empresas com faturamento até R$ 500 milhões
  • Captação máxima de R$ 300 milhões
  • Documentação simplificada
  • Regras flexibilizadas para demonstrações financeiras
  • Canal direto com investidores

Impacto no ecossistema de fintechs

O setor de tecnologia financeira pode ser um dos principais beneficiados pela nova regra. Empresas que já operam com governança estruturada poderão acelerar expansão e desenvolvimento de produtos.

É uma oportunidade de ouro para destravar o potencial de empresas que estão abaixo do radar do mercado tradicional, mas que já demonstram tração e maturidade”, destaca Boesso.

A expectativa é que a medida dinamize a economia e reduza a concentração de capital em grandes grupos. Investidores também ganharão com novas opções de portfólio diversificado.

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Cronograma e próximos passos

A proposta está em consulta pública e deve ser aprovada até o segundo semestre de 2025. Se implementada, representará um marco na democratização do mercado de capitais brasileiro.

O impacto será direto sobre o ecossistema de fintechs, tecnologia e educação digital. Empresas desses setores poderão acessar capital estruturado para financiar crescimento e inovação.

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