O Bitcoin prossegue sua trajetória ascendente com um novo acréscimo de 0,8% nessa sexta-feira (2), sendo comercializado a US$ 96.871. No Brasil, a principal criptomoeda está sendo transacionada por R$ 552.206, conforme dados do Portal do Bitcoin.
No dia anterior, o BTC conseguiu ultrapassar a marca de US$ 97 mil, alcançando valores não vistos desde a intensa correção de fevereiro, quando as políticas comerciais enérgicas do presidente Donald Trump nos EUA provocaram baixas.
Conforme avaliado pelo chefe principal de pesquisa da Tiger Research, Ryan Yoon, a recente valorização do valor do Bitcoin decorre de “um impulso de longa duração e não de um fenômeno efêmero”, declarou ele ao Decrypt. “O Bitcoin está atualmente evoluindo de um bem especulativo para um componente crucial nos portfólios de investidores institucionais.”
A par disso, avança nos EUA uma legislação que visa regular o mercado de stablecoins. O líder da maioria no Senado americano, John Thune (R-SD), deu início na quarta-feira (1º) aos trâmites para acelerar a votação do primeiro marco regulatório direcionado às stablecoins no país.
Thune está instando os senadores a aprovarem rapidamente o GENIUS Act, um projeto de lei que busca regulamentar stablecoins lastreadas no dólar americano. A autoria da proposta é do senador Bill Hagerty e recebe o respaldo dos senadores Tim Scott (R-SC) e Cynthia Lummis (R-WY).
Segundo o presidente do Comitê Senatorial Republicano Nacional, o senador Scott, trata-se de um “passo inicial crucial” para cumprir a incumbência do presidente Donald Trump e do povo americano de “progressar em um marco regulatório para os ativos digitais”.
A importância do GENIUS Act transcende a criação de normas para as stablecoins. Em termos mais amplos, o projeto busca consolidar a hegemonia do dólar americano nas finanças globais.
Críticas à proposta de lei
No entanto, a proposta desperta forte oposição de representantes do setor bancário convencional.
O projeto de lei sobre stablecoins em análise no Senado dos EUA é descrito como “profundamente defeituoso” e representa “riscos sérios e inaceitáveis” para os consumidores e para o sistema financeiro como um todo, declarou Arthur Wilmarth, professor emérito de Direito na Universidade George Washington, em artigo publicado em março no American Banker, fundamentado em um relatório de política pública que ele redigiu em fevereiro.
Wilmarth argumenta que emissoras de stablecoins que não são bancos poderiam rivalizar com instituições asseguradas pelo FDIC ao oferecerem “depósitos-sombra”, o que teria o potencial de fragilizar o sistema bancário tradicional.
O docente também manifestou inquietação com a possibilidade de o projeto permitir que gigantes da tecnologia e outras empresas comerciais adquiram emissoras de stablecoins não bancárias e empreguem esses ativos como acesso ao setor bancário.
Vale ressaltar que o GENIUS Act do Senado, em sua versão atual, difere do projeto da Câmara dos Representantes, o STABLE Act, em três pontos fundamentais.
O texto do Senado viabiliza a utilização de fundos do mercado monetário como reservas, ao passo que o projeto da Câmara impõe normas mais restritas.
Ambos estipulam um limite de US$ 10 bilhões, porém com abordagens distintas. Além disso, os dois discordam acerca das stablecoins algorítmicas: o STABLE Act estabelece uma moratória de dois anos, enquanto o GENIUS Act requer apenas um estudo preliminar.
Segundo fontes, o governo Trump tem demonstrado interesse em que ambos os projetos sejam aprovados e sancionados antes do recesso parlamentar de agosto.
Na semana passada, houve a notícia de que a Coinbase, principal empresa criptográfica dos EUA, estaria tentando evitar que tanto o GENIUS Act quanto o STABLE Act avancem para votação em plenário.
A empresa de capital de risco do setor de tecnologia Andreessen Horowitz teria se mostrado “favorável” à ideia de postergar as votações sobre a legislação de stablecoins e estaria apoiando a Coinbase nesse empenho.
* Versão traduzida e editada com autorização do Decrypt.
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