Vários sinais indicam que o chefe da pirâmide financeira Trade Coin Club, Douver Braga, branqueou a fortuna de R$ 1,5 bilhão obtidos com o ardil em vários negócios no Brasil. A fraude aconteceu principalmente nos Estados Unidos e prometia lucros elevados com alegados investimentos em Bitcoin.
Conforme relato do jornal O Globo, Douver Braga utilizou o dinheiro para efetuar supostas doações através da Click4HelpKids, ONG que fundou quando o embuste já estava desmoronando. Adicionalmente, estabeleceu muitas empresas no Brasil juntamente com o parceiro José Carlos de Freitas Eloy, conhecido como Cacalo.
O empreendimento mais emblemático da dupla é o Feirão de Caxias, um complexo na Baixada Fluminense que alberga mais de 500 lojas. A dupla teria tomado o controlo do empreendimento num processo contestado, que até hoje é objeto de debate nos tribunais.
No final de maio, a Polícia Federal deflagrou a segunda etapa da Operação Fantasos, que investiga a pirâmide financeira Trade Coin Club. Para além das ordens judiciais de busca e apreensão, a Justiça Federal também ordenou o confisco de bens e valores até ao montante de R$ 1,5 bilhão.
Segundo a PF, Douver Braga adquiriu 139 propriedades em menos de dois anos, ludibriou mais de 100 mil pessoas e movimentou US$ 290 milhões (R$ 1,6 bilhão).
Braga foi detido em fevereiro deste ano na Suíça numa operação conduzida pelo FBI e posteriormente extraditado para os EUA, onde, perante o Tribunal Distrital de Seattle, admitiu-se culpado das acusações.
Esquema com Bitcoin
Braga iniciou no ramo de dispositivos de som automotivo antes de fundar, em 2016, o Trade Coin Club (TCC). O empreendimento prometia retornos elevados através de um alegado robô negociante que efetuaria milhares de transações em Bitcoin por instante.
O esquema de investimento atraiu mais de 100 mil investidores, que depositaram um total de 82 mil BTC, o correspondente a US$ 290 milhões na altura. Contudo, a SEC classificou o TCC como uma pirâmide financeira, onde os lucros pagos aos investidores vinham de novos investimentos, e não de transações reais.
Conforme a SEC, Braga desviou no mínimo 8.396 bitcoins para contas sob seu controle. A agência requer em tribunal a restituição dos montantes obtidos ilegalmente e a imposição de multas. Outras três pessoas foram visadas pela SEC pelos seus papéis no negócio fraudulento.
Segundo o site especializado em investigar pirâmides financeiras Behind MLM, Joff Paradise era o diretor do Trade Coin Club nos EUA, ao passo que Keleionalani Taylor foi o maior beneficiário do empreendimento. Outro envolvido é Jonathan Tetreault, promotor da fraude em Massachusetts.
Vídeos em português promovendo a Trade Coin Club ainda podem ser visualizados no YouTube, insinuando que também os brasileiros eram alvos do ardil.
Fonte: Portal do Bitcoin
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