Educação e Banco Central Preservados de Cortes no Orçamento Federal

Redação Valor Central
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O Governo Federal e o Banco Central escaparam do bloqueio de R$ 31,332 bilhões do Orçamento de 2025, divulgado na noite desta sexta-feira (30) pelo Ministério do Planejamento e Orçamento. Os Ministérios das Cidades, da Defesa e da Saúde estão no topo da lista de reduções.

As novas restrições orçamentárias foram publicadas em uma edição extra do Diário Oficial da União, contendo informações detalhadas sobre os contingenciamentos e bloqueios por ministério e órgão. De acordo com a legislação, o decreto deve ser emitido oito dias após o envio ao Congresso Nacional do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que guia a execução do Orçamento.

Conforme o decreto, dos R$ 31,332 bilhões congelados em 22 de maio , R$ 24,196 bilhões provêm de gastos discricionários (não obrigatórios) e R$ 7,135 bilhões de emendas parlamentares. Dentro dos gastos discricionários, R$ 7,649 bilhões serão retidos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Os ministérios e demais órgãos do governo têm até 6 de junho para apresentar os programas que serão contingenciados e bloqueados. Como informado na última terça-feira (27), o Ministério da Educação passou por ajustes orçamentários, resultando na liberação de R$ 400 milhões para as instituições de ensino federais e R$ 300 milhões para outras despesas anteriormente retidas.

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Categorias de despesa

O atual arcabouço fiscal divide os recursos congelados em duas categorias: contingenciamento e bloqueio. O contingenciamento refere-se aos recursos temporariamente retidos para compensar a falta de receitas governamentais que prejudicam o cumprimento da meta fiscal. Para este ano, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) prevê um resultado primário zero (sem déficit ou superávit), com uma margem de tolerância de até R$ 31 bilhões para mais ou para menos.

O bloqueio representa os recursos retidos para cumprir o limite de gastos do arcabouço fiscal. Em 2025, o marco fiscal limita o aumento das despesas a 2,5% acima da variação da inflação do ano anterior.

Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

Com a revogação parcial dos aumentos do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o governo utilizou R$ 1,4 bilhão de dois fundos para manter a projeção de receitas. Por se tratar de uma entrada de recursos nos cofres do governo em até dois meses, não foi necessário congelar um valor superior aos R$ 31,3 bilhões originalmente anunciados.

Os dois fundos que terão recursos retirados são o Fundo Garantidor de Operações (FGO) e o Fundo de Garantia de Operações do Crédito Educativo (FGEDUC), gerenciados pela Caixa Econômica Federal e que abrangem uma antiga carteira de crédito do banco.

Detalhamento

Excluindo as emendas parlamentares, a distribuição dos contingenciamentos e bloqueios ficou da seguinte maneira:

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Órgãos

Congelamento (R$ milhões) Contingenciamento (R$ milhões) Bloqueio (R$ milhões)

TOTAL

24.196,5 15.979,7 8.216,7

Ministério das Cidades

4.288 1.927,9 2.360,2

Ministério da Defesa

2.593,4 1.919,9 673,5
Ministério da Saúde 

2.366,6

1.813,7

552,8
Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome 2.123,2 1.694,5 428,6
Ministério dos Transportes 1.487 1.367 120,1
Ministério da Fazenda 1.414 1.124 290
Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional 1.302,7 148,4 1.154,4
Ministério de Portos e Aeroportos 780,8 518,2 262,6
Ministério da Justiça e Segurança Pública 748,6 595 153,5
Presidência da República 681,6 493 188,6
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação 679,9 540,5 139,4
Ministério da Agricultura e Pecuária 622,8 124,7 498
Ministério da Previdência Social 586,4 466,1 120,3
Ministério das Relações Exteriores 581,8 462,5 119,3
Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar  502,2 399,2 103
Ministério do Turismo 489,3 0 489,3
Ministério do Esporte 333,7 302,2 31,5
Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos 325 258,4 66,7
Ministério do Planejamento e Orçamento 301,7 239,8 61,9
Ministério da Cultura 254,8 208 46,8
Ministério do Trabalho e Emprego 225,8 179,5 46,3
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços 171,9 136,6 35,2
Ministério das Comunicações 168,8 137,4 31,5
Ministério de Minas e Energia 152,2 116,9 35,3
Advocacia-Geral da União 140,2 111,4 28,8
Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania 87,4 69,5 17,9
Agência Nacional de Transportes Terrestres 74,1 58,9 15,2
Agência Nacional de Telecomunicações 73,3 58,2 15
Ministério das Mulheres 63,4 50,4 13
Agência Nacional de Vigilância Sanitária 59,2 47,1 12,2
Ministério da Pesca e Aquicultura 53,7 42,7 11
Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte 53,6 42,6 11
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico 48,4 38,4 9,9
Ministério da Igualdade Racial 45,4 36,1 9,3
Ministério dos Povos Indígenas 41,6 33 8,5
Agência Nacional de Energia Elétrica 38,6 30,7 7,9
Controladoria-Geral da União

36,6

29,1

7,5
Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

34,9

27,7

7,2
Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima

34,6

27,5

7,1
Agência Nacional de Saúde Suplementar

30,7

24,4

6,3
Agência Nacional de Aviação Civil

30

23,8

6,1
Agência Nacional de Mineração

28,7

22,8

5,9
Agência Nacional de Transportes Aquaviários

15,2

12,1

3,1
Conselho Administrativo de Defesa Econômica

12,5

10

2,6
Agência Nacional do Cinema

11,2

8,9

2,3
Gabinete da Vice-Presidência da República

1,3

1

0,3
Ministério da Educação  0  0  0
Banco Central  0  0  0

Fonte: Ministério do Planejamento e Orçamento

 

Na segmentação por tipo de despesa, a distribuição dos recursos contingenciados e bloqueados é a seguinte:

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Fonte: Agência Brasil

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