Nesta sexta-feira (23), os comunicados feitos pelo Ministério da Fazenda ontem à noite estão sendo debatidos no mercado. As informações foram contraditórias. Por um lado, o governo comunicou a suspensão de R$ 31,3 em despesas – acima do que era aguardado pelo mercado, o que foi interpretado de forma positiva.
Dentro desse montante, R$ 20,7 bilhões são referentes a contingenciamentos e R$ 10,6 bilhões a bloqueios. “Na nossa visão, esse valor é suficiente para garantir o cumprimento do limite mínimo da meta de resultado primário deste ano, ou seja, déficit de R$ 31 bilhões”, expressou Felipe Salto, principal economista da Warren Investimentos.
Por outro lado, logo após o congelamento, foram anunciadas modificações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que gerou críticas intensas de investidores institucionais. O governo elevou a taxa de imposto sobre crédito para companhias, para aportes acima de R$ 50 mil em previdência privada VGBL, e para algumas transações de câmbio.
Diante da repercussão negativa, o governo recuou: na noite passada, após o encerramento do pregão, o Ministério da Fazenda divulgou que manterá em zero a alíquota do IOF sobre investimentos de fundos brasileiros no exterior. O decreto também reiterou a alíquota de 1,1% sobre remessas para o exterior voltadas a investimentos.
No mercado de Nova York, o EWZ, principal fundo de índice (ETF) de ações brasileiras negociado nos Estados Unidos, chegou a registrar uma queda superior a 3%, mas reduziu as perdas e por volta das 08h40 estava operando com queda de 1%.
Além disso, o foco no exterior
Apesar da ênfase nas notícias locais, os investidores também seguem atentos ao cenário nos Estados Unidos. Lá, as informações também são ambíguas. A retomada das negociações do governo de Donald Trump com outras nações sobre tarifas de importação traz esperança, porém o mercado segue inquieto com a trajetória da dívida dos EUA.
Resultado de ontem
O Ibovespa B3 encerrou o dia anterior com queda de 0,44%, atingindo os 137.273 pontos, próximo à mínima de 137.088 pontos. Em um momento, o índice chegou a atingir os 138.837 pontos.
Acompanhando a diminuição nos preços do petróleo, as ações da Petrobras tiveram desvalorização: as ações PN caíram 1,32%, enquanto as ON perderam 1,33%. Um cenário semelhante se repetiu com as ações da Vale, que recuaram 0,75%. Já o maior declínio foi observado nas ações da Bradespar, com queda de 3,24%.
Já as ações nacionais apresentaram um dos maiores ganhos, como Raízen (+12,36%), Assaí (+5,46%), Marcopolo (+3,13%) e Magazine Luiza (+2,82%).
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Fonte: Bora investir
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